Setembro Amarelo: como as empresas podem agir durante a campanha

Setembro Amarelo: como as empresas podem agir durante a campanha

Falar de saúde mental tem deixado de ser um tabu na sociedade e está ganhando espaço nas rodas de conversa. Um tema essencial para manter a qualidade de vida, falar sobre o assunto dentro das organizações e na sociedade como um todo é uma das formas eficazes de auxiliar pessoas a buscarem ajuda.

Se falarmos de ambientes dentro das empresas, a saúde mental foi evitada por muito tempo, porém, atualmente virou um assunto recorrente, principalmente após a criação da campanha Setembro Amarelo. Ficar horas a fio se dedicando ao ambiente corporativo torna o trabalho uma das partes mais importantes da vida e saber como manter o equilíbrio é necessário para garantir a saúde como um todo. Afinal, não adianta cuidar da saúde física quando a saúde mental é deixada de lado, ambas estão conectadas, não é?!

Voltando ao assunto do Setembro Amarelo, essa campanha foi criada para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de prevenir o suicídio. Entre as ações estão a realização de caminhadas, iluminações em monumentos históricos, palestras e outros meios de atingir a população brasileira.

Relembrando um pouco sobre onde esse movimento começou, podemos citar que as ações tiveram início a partir da história do americano Mike Emme que, aos 17 anos, tirou sua própria vida. A história ficou conhecida e tomou grandes proporções. Dessa forma, jovens utilizaram cartões amarelos para pedir ajuda para pessoas próximas e incentivar quem tem pensa em se suicidar a procurar algum tipo de ajuda. Com isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu o dia 10 de setembro como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

A campanha é realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV) e o Conselho Federal de Medicina (CFM). Essas três organizações têm como objetivo criar ações para prevenir e conscientizar sobre o suicídio, diminuindo os tabus e preconceitos sobre o assunto.

Mesmo que a mídia não mostre situações que envolvem suicídio, os números são bem altos. De acordo com a ABP, cerca de 10 mil pessoas tiram a própria vida anualmente no Brasil. Se contabilizar todos os suicídios no mundo, o número se aproxima de 1 milhão de casos/ano. As tentativas de suicídio são ainda maiores, com estimativa de 10 a 20 vezes maiores do que as ocorrências do fato.

A partir desse número, podemos entender a importância de incluía nas empresas as informações sobre saúde mental, além de proporcionar aos colaboradores um ambiente acolhedor, empático e onde as pessoas se sintam à vontade para buscar ajuda sempre que necessário.

Abordar o Setembro Amarelo nas empresas

Ter consciência sobre a saúde mental dos trabalhadores é fundamental, sendo uma tarefa a ser realizada principalmente pelo departamento de Recursos Humanos. Pessoas com ansiedade ou depressão podem ter o desempenho comprometido e prejudicar toda a equipe, além de a depressão ser apontada como a principal causa do suicídio.

Outro ponto importante a ser destacado é a ocorrência da síndrome de burnout ocasionada pelo trabalho em excesso, sendo que os níveis de estresse e ansiedade chegam a um ponto em que o corpo não suporta e o trabalhador acaba esgotado fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Com isso, a equipe de RH precisa ter em mente atividades que proporcionem melhora na saúde mental.

Confira abaixo cinco dicas que podem ser usadas pela empresa para a campanha Setembro Amarelo:

1 – Exercício físico

Já foi comprovado os benefícios da atividade física para a saúde da mente. Empresas que incentivam a prática podem se beneficiar juntamente com seus colaboradores, já que um corpo que se movimenta terá maior vontade de realizar as tarefas do dia a dia.

Uma boa ação para o mês de conscientização e prevenção do suicídio é realizar alguns minutos de alongamento com o grupo de trabalho antes de iniciar o expediente. A empresa pode manter essa prática nos meses seguintes ou até diminuir a frequência com que acontece. O importante é colocar a prática na rotina e incentivar para que os funcionários realizem atividades em casa também. Se for possível, forneça aos colaboradores espaços para relaxamento, como um jardim ou um espaço onde possam interagir e participar de jogos nos momentos de descanso.

2 – Palestras

Uma prática bem comum é realizar palestras sobre o tema e gerar a conscientização dos colaboradores sobre a necessidade de procurar ajuda para a saúde mental caso necessário.

Palestras presenciais e online são bem-vindas, fornecendo ao profissional a relevância de práticas que garantam saúde no dia a dia, além de apresentar alternativas para aqueles que sofrem de algum transtorno, como ansiedade, irritabilidade ou depressão, através de ajuda médica.

Como o suicídio ainda é tratado com tabu na sociedade, o tema precisa ser abordado de forma mais frequente e com clareza. Durante a palestra, vale convidar um especialista para conversar com os trabalhadores ou realizar um encontro informal, dando espaço para que todos estejam à vontade e façam perguntas ou comentem experiências.

Lembre-se de deixar claro que a saúde mental é importante para a organização e que o ambiente é um espaço onde todos podem abordar o assunto de forma segura e sem julgamentos.

3 – Meditação

Uma prática realizada a muitos anos e que passou a ser conhecida pela população a pouco tempo. A eficácia da meditação é comprovada e tem grande poder para diminuir a ansiedade no geral, além de aumentar o foco e desempenho. Você pode realizar 5 a 10 minutos de meditação com os colaboradores antes de iniciar o expediente, quando volta do almoço ou vai trocar o turno.

Há ainda o termo Mindfulness, onde o objetivo é desenvolver uma plena atenção do trabalhador, promovendo aumento da consciência corporal, controle do estresse e equilíbrio da mente com o corpo. Para ter melhor resultado nessa técnica, conversar sobre a prática com os trabalhadores é essencial, além de incentivar que eles realizem a meditação fora do trabalho e tornem a prática um hábito de vida.

4 – Atividades em grupo

Promover atividades com a equipe pode ser uma forma de conexão e interatividade que trazem bem-estar para todos os envolvidos. Por exemplo, realizar uma gincana ou um almoço pode ser um jeito de aproximar as equipes, promover interação entre os participantes e aumentar a empatia e companheirismo dos envolvidos.

Ter momentos descontraídos contribui para um trabalho menos monótono, além disso, a interatividade entre os colaboradores faz o ambiente de trabalho menos solitário e mais acolhedor, contribuindo para o aumento de bem-estar.

5 – Fornecer benefícios

Providenciar um plano de saúde para os funcionários é um meio importante para que eles possam buscar ajuda médica ou psicológica quando sentir que a saúde mental não vai muito bem. Contratar um profissional da saúde para conversar com os colaboradores mensalmente também pode ser uma boa prática para incentivar o aumenta da atenção com a saúde da mente.

Outra forma de engajar os colaboradores para participar de momentos em que a saúde mental seja o foco é entregar brindes para os participantes, mostrando que a organização se importa com a participação de todos e com a qualidade de vida de quem trabalha no local.

Não deixe de investir em ações

É fato que muitas pessoas ficam doentes devido a má qualidade do trabalho e até mesmo da má gestão de líderes. Desentendimentos e excesso de atividades são grandes influenciadores para o adoecimento.

Por isso, é importante que as empresas realizem ações da campanha Setembro Amarelo, prevenindo doenças como ansiedade, depressão, síndrome de burnout, entre outras e mantendo a qualidade de vida dentro do ambiente colaborativo.