Como é bom ouvir uma música que gostamos, a voz das pessoas que amamos ou o cantar dos pássaros. A audição é realmente um sentido fantástico, que nos permite aproveitar inúmeras sensações agradáveis. Por isso, nada mais justo do que cuidar muito bem para que esse sentido não sofra danos, trazendo prejuízos ao longo da nossa vida.
Mas nem tudo soa como música aos nossos ouvidos! Constantemente, estamos expostos a ruídos e, acostumados a eles, não nos damos conta do quão danoso pode estar sendo para nossa saúde auditiva.
Isso é ainda mais comum em determinadas profissões, como dos setores metalúrgico, industrial, construção civil, setor aéreo, rodoviário, entre tantos outros. São várias categorias nas quais os trabalhadores ficam expostos a ruídos acima de 85 decibéis, por até 8 horas diárias. Esse valor é considerado prejudicial para a audição, causando danos auditivos a longo prazo. Isso porque o ruído entra na orelha de modo tão intenso, a ponto de mudar sua estrutura de forma irreversível.
Para prevenir, é fundamental o uso de EPI’s, neste caso, os protetores auriculares. Além disso, existe uma Norma Regulamentadora que apresenta diretrizes e parâmetros mínimos para avaliação e acompanhamento da audição de profissionais expostos a níveis de pressão sonora elevados.
Segundo a NR-7, o exame de audiometria ocupacional deve ser realizado na admissão, no sexto mês subsequente (depois, anualmente) e na demissão. Ao realiza-lo, é recomendado repouso auditivo de 14 horas, a não utilização de fone de ouvido e nem a exposição a algum tipo de ruído elevado no dia anterior ou no mesmo dia do exame. A audiometria avalia a capacidade que o paciente tem de ouvir e interpretar sons, detectando, assim, possíveis alterações.
Esse exame é rápido e é feito dentro de uma cabine acústica, onde o paciente participa ativamente. Conforme a solicitação do médico examinador, durante o teste são aplicados dois tipos de audiometria: tonal e vocal.
Na audiometria tonal, é avaliada a capacidade auditiva por meio de estímulos acústicos, propagados por meio de um fone de ouvido ou de um vibrador sonoro. Ao perceber qualquer som, o paciente deverá expressar com um aceno.
Já na audiometria vocal, o paciente deve repetir palavras e fonemas que ele ouve através dos fones. Esse é um exame complementar à audiometria tonal, que avalia a capacidade de detectar a fala humana.
Apesar de simples, é um exame que exige grande atenção. O bom é que atualmente podemos contar com o auxílio de softwares para medicina do trabalho que já trazem essa funcionalidade, o que economiza tempo e garante maior legibilidade das informações que venham a compor o laudo.
É importante lembrar que momentos de silêncio também fazem bem. Por isso, deixe seu ouvido “descansar”, fazendo pausas ao longo do dia. São pequenas atitudes que podem evitar perdas auditivas no futuro.